Escravocrata
Irmãos pretos
Vós sois os mastros
De nossa riqueza.
Permita por clemência a aceitarem minha casa
A vossa pobreza,
Pouco tenho, agradeço em jubilo a falsa
Dos melhores dias,
Quando as opulências
Dançavam em fim vil.
Ao presente a fadiga.
Moro na favela
Em esquia viela,
Eu um velho escravocrata.
Dei-me por mim nessa vida ingrata,
Compadeço dos atos
Vejo-me morto
Do que executei.
Eis ai onde morrei.
Nem as esmigalhadas moedas
Que dou em levas
São capazes
De sanar a vida que meus capatazes
Não trazem.