ENTRELINHAS
Entre alguns seres humanos
Movidos pela ganância
Nem ao menos se cogita
Em falar de amor fraterno
E de justiça social.
Vivenciam o presente
Mergulhados na opulência
Sugam o pouco que garante
Do outro a sobrevivência.
Pobres seres que se abastam
Às custas daquele que vive
Acuado, oprimido,
Na desgraça, na carência.
Pobres seres corrompidos
Submersos no egoísmo
Sem ver que somos mutáveis;
Do tudo se chega ao nada
Do apogeu se vai à ruína
Após o tempo presente
Chegará o tempo vindouro
Que refletirá com sapiência
Ações por nós praticadas
E ao longo da existência
De uma forma ou de outra
A nós mesmos retornadas.
Aprenderemos com a vida
Desde que atentos fiquemos:
Colhemos o que plantamos
Ganhamos o que merecemos.
Pobres seres obcecados
Por fortuna e por domínio
Sem limite, sem medida.
Pobres seres que se eximem
De avaliar as entrelinhas
No livro da vida contidas.