Essas Imagens (A Compaixão)
Como são repugnantes essas imagens,
De um mundo distorcido que jaz na escuridão!
Tanto sangue jorrando pelo nosso chão,
Tantos corpos caídos e expostos na multidão,
Exalam cheiro podre. Copos nus,
Invadem as janelas, pelas ruas.
Revelam suas vergonhas
Sem o menor pudor de suas
Mentes deturpadas e corrompidas
Pela corrupção de seus corpos.
Espalhando no chão os seus pedaços,
Não sabem eles que todos mortos
Já estão. A vida lhes passam
Como simples ilusão da mente
Onde a fantasia de ser eterno
Germina como uma semente
Que morre logo após brotar.
Vida corta, parece inútil,
Tão miserável o seu estar,
Fazem obra de coisa fútil.
Não se importam com sua origem
Nem sabem que estão sendo vãos.
E o quê vai lhes acontecer, não sabem.
Agarram-se os seus dias festivos,
Buscando algum prazer que acham
Que encontram, quando si entregam.
Não sabem o quê lhes traz, em vez
De saúde, as suas vidas estragam.
Tanta imundice que não sabem
Está imundo. Com todo o mundo
Em que conhecem, eles caem
Neste poço profundamente fundo.
E alguns não querem ajuda
Acham que já estão na salvação,
Mas vivem uma vida imunda,
Esperando de Deus, a compaixão.