Essas Imagens (A Compaixão)

Como são repugnantes essas imagens,

De um mundo distorcido que jaz na escuridão!

Tanto sangue jorrando pelo nosso chão,

Tantos corpos caídos e expostos na multidão,

Exalam cheiro podre. Copos nus,

Invadem as janelas, pelas ruas.

Revelam suas vergonhas

Sem o menor pudor de suas

Mentes deturpadas e corrompidas

Pela corrupção de seus corpos.

Espalhando no chão os seus pedaços,

Não sabem eles que todos mortos

Já estão. A vida lhes passam

Como simples ilusão da mente

Onde a fantasia de ser eterno

Germina como uma semente

Que morre logo após brotar.

Vida corta, parece inútil,

Tão miserável o seu estar,

Fazem obra de coisa fútil.

Não se importam com sua origem

Nem sabem que estão sendo vãos.

E o quê vai lhes acontecer, não sabem.

Agarram-se os seus dias festivos,

Buscando algum prazer que acham

Que encontram, quando si entregam.

Não sabem o quê lhes traz, em vez

De saúde, as suas vidas estragam.

Tanta imundice que não sabem

Está imundo. Com todo o mundo

Em que conhecem, eles caem

Neste poço profundamente fundo.

E alguns não querem ajuda

Acham que já estão na salvação,

Mas vivem uma vida imunda,

Esperando de Deus, a compaixão.

Cadu Oliveira
Enviado por Cadu Oliveira em 04/09/2006
Reeditado em 24/09/2019
Código do texto: T232635
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