Pedra maldita
Uma ausência na penumbra
Sombra que se dissipou
Uma dança em tango ou rumba
Que alguém redesenhou.
A carência sem sotaque
Fez do crack a ilusão
E o desfecho da desgraça
Destruindo uma nação.
Uma casta que apodrece
Corpo e mente aniquilados
E no alto dum planalto
Só se ouve, mais escândalos.
Um porvir que não condiz
Com o desejo cidadão
E um país que pode tudo
Se enterrando em podridão.
Tanta coisa por fazer
Mas ninguém assume nada
Tudo sendo destruído
Com essa pedra depravada.
Nas esquinas da injustiça
Ninguém sabe o que fazer
Nossos filhos, nossos netos
Poucas chances de viver.
Essa voz que amarga o peito
Grito preso a sufocar
Passa o tempo, correm anos
E nada temos pra falar.
Somos mesmo fracassados
Uns covardes mentecaptos
Somos a tal sociedade
Lavando as mãos como Pilatos.