Pedra maldita

Uma ausência na penumbra

Sombra que se dissipou

Uma dança em tango ou rumba

Que alguém redesenhou.

A carência sem sotaque

Fez do crack a ilusão

E o desfecho da desgraça

Destruindo uma nação.

Uma casta que apodrece

Corpo e mente aniquilados

E no alto dum planalto

Só se ouve, mais escândalos.

Um porvir que não condiz

Com o desejo cidadão

E um país que pode tudo

Se enterrando em podridão.

Tanta coisa por fazer

Mas ninguém assume nada

Tudo sendo destruído

Com essa pedra depravada.

Nas esquinas da injustiça

Ninguém sabe o que fazer

Nossos filhos, nossos netos

Poucas chances de viver.

Essa voz que amarga o peito

Grito preso a sufocar

Passa o tempo, correm anos

E nada temos pra falar.

Somos mesmo fracassados

Uns covardes mentecaptos

Somos a tal sociedade

Lavando as mãos como Pilatos.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 13/06/2010
Reeditado em 13/07/2015
Código do texto: T2317957
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