Ecos da opressão
Helomar Gama
Este asfalto negro
Que agora cobre a estrada de chão
Que impede as flores de nascer
E que alivia aparentemente a dor do coração
Passou por cima da sepultura
Dos dissidentes
Mortos pela ditadura.
Só quem viveu é quem sente
Os anos de chumbo
Tempos amargos de vida dura.
Já passou tanto tempo
Mais a dor ainda perdura
Quem sabe outros ventos
Possam passar e levar pra bem longe
Anos de tanta amargura.
Hoje o pais respira liberdade
Mais o eco da opressão
Ainda soa denso como um trovão
Invadindo toda cidade
Calando a liberdade de expressão
Prendendo e amordaçando o cidadão.
Hoje partimos da premissa
De leis que não funcionam
Pela lentidão da justiça
E alguns governantes
Transformaram-se em autoridades omissas
Isso tudo são vertentes
Que nos remetem a miséria
Mesmo vivendo numa nação tão rica.