" É NÓIS NA FITA "

" II CONCURSO POESIARTE DE POESIA "

Cabo Frio - Rio de Janeiro - Brasil - ( 2008 )

Tema escolhido pela Comunidade:

" A Pluralidade Cultural Brasileira "

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É Nóis na Fita

Com o meu carro parado

Num farol fechado,

Uma menina de rua

Se aproxima e me insinua.

De motor ligado

E vidro fechado,

Mal ouço o que ela fala

Vejo que me oferece balas.

Abro o vidro

E lhe dou uns trocados,

Ela agradece com um sorriso

E corre pro carro ao lado.

Um outro vem...

Faz malabarismo,

Com as bolinhas nas mãos

Cheio de carisma e otimismo.

No palco da vida é assim...

O farol da esquina é o holofote,

Não há como ensaiar a peça,

Sabido faz ao vivo esses pixotes.

De alma faminta

E olhinhos desnutridos,

É quase que banido da sociedade

Onde vive o seu universo destruído.

De usufruir e viver do supérfluo

Não teve a bendita sorte,

Neste mundo consumista

Dribla o frio e a fome da morte.

Cada ponto dos cantos

Foco o meu sentido ótico,

Não dá para segurar o pranto

Preso neste trânsito caótico.

A peça esta nas ruas

Nas vestes dos seus figurinos,

São pequenos impávidos

Essas meninas e meninos.

Este é o retrato do cotidiano,

Só Deus escuta o que ela grita,

Quando o mundo para o farol,

Grita ele: - É Nóis na Fita.

Poesia " É Nóis na Fita "

De: Luis Hideki [ Hamamatsu- Shi - Japan ]

Luis Hideki
Enviado por Luis Hideki em 10/06/2010
Código do texto: T2311322
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