OS FRUTOS
Se tarde quente de verão,
Seca rotineira que resseca o chão.
Vento quente a levantar poeira fina,
embaçando os ares no horizonte.
Quando inverno, tarde fria e chuvosa.
Escura... Triste... Chorosa.
Esbranquiçada... garoa ou neblina?
Enfim, noite desconfortante.
Sai ano, entra ano ... Passa o tempo,
segue a vida a mesma rotina,
o desdenhar da triste sina marcada.
Nas ruas, meninos e meninas.
Adolescentes na busca do nada.
Sem pensar no seu futuro,
vivem brincando pelas esquinas
Da vida... vida desregrada.
Não é uma realidade interiorana.
Cidades grandes, ou vilas pacatas
Crianças brincando pelas ruas.
São brancas... Negras ... Mulatas.
Mal vestidas ... quase nuas,
Crescem assim, despreocupadas.
Derrepente ... se tornam adultas.
Sim o tempo que passa ... passou.
Outrora crianças, hoje não são mais.
Outrora eram as bonecas,
Hoje ... os brinquedos são reais
Que esculachem a sociedade!
Que as taxem de marginais!
Mas colhe os frutos que plantou.
Que culpa tem estes teus filhos?
Como podem andar nos trilhos?
Se nunca tiveram pais!