Dialético Real
Que o Cérbero se apresente,
A tal vergonhoso escárnio,
Mostre-me todos os dentes.
Que me põem ao naufrágio
Da idéia que há muito trago,
Sentado ao ócio degradador,
Negro, podre e nefasto
À esbórnia dum rei agressor
Intitula um povo que apanha casto,
Detido por amarras de um poder doente,
Sombria riqueza nas mãos de poucos
Da plebe é o sentido oco somente,
Falta de formação, fome de saber.
Esmola que a mão espera receber,
Castigo que se repete a cada dia.
Alimenta o vício de seu carniceiro guia.
Rio de Janeiro, 05 de Janeiro de 2010.