Dialético Real

Que o Cérbero se apresente,

A tal vergonhoso escárnio,

Mostre-me todos os dentes.

Que me põem ao naufrágio

Da idéia que há muito trago,

Sentado ao ócio degradador,

Negro, podre e nefasto

À esbórnia dum rei agressor

Intitula um povo que apanha casto,

Detido por amarras de um poder doente,

Sombria riqueza nas mãos de poucos

Da plebe é o sentido oco somente,

Falta de formação, fome de saber.

Esmola que a mão espera receber,

Castigo que se repete a cada dia.

Alimenta o vício de seu carniceiro guia.

Rio de Janeiro, 05 de Janeiro de 2010.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 04/06/2010
Código do texto: T2298984
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