Célula

Doravante eu queria um vírus,

Outrora um deserto sádico

Para me esparramar e nada mais.

Alguns momentos busco máscaras simétricas,

Com teu rosto, e que só com teu rosto permaneçam

Para que dele aos poucos eu padeça.

Hoje à noite eu desejaria algumas marcas

Para despojar-me do baile das feras,

Pois fera eu sou, fera mantenho-me,

Mesmo ao incrustar-me destas feituras humanas.

Todavia me encontro em coágulos,

E ali mesmo desejaria cicatrizar-me,

Porque entre os monstros e os nobres de sangue,

Descubro que a carnificina esta mesmo ao lado de cá.

“pois sobre humanos e feras, bestas e cruzes,

Apenas resta-me declarar

Que todos juntos formamos este fogo-fátuo”