SILÊNCIO
O som do silêncio
Nunca me foi tão bem vindo
Pra cantar como sócio
Em tudo aquilo que sinto
A paz que procuro calada
E se mostra cada vez mais rara
Lutando contra coisas que não valem nada
Das quais a ânsia de viver se mascara
Só preciso de serenidade
Só busco tranqüilidade
Seja lá qual for o nome
É disso que tenho fome
Quero aquele silencio gritante
Que ecoa arrogante
Qual prepotente e poderoso
Mostra-se às vezes generoso
Queria eu poder silenciar
A voz que ousa não calar
Pra ouvir a sinfonia
Que na cachoeira se inicia
E a brisa a soprar
Acordes a sol maior
Onde as nuvens a bailar
“Partituram” bem melhor
O tilintar das gotas de chuva
A lavar as folhas soltas
Cabendo feito luva
Na dança das águas revoltas
A se chocarem com as pedras
Criando vida e energia
Qual nada mais lhes resta
Além de cair nesta orgia
Os pássaros e demais animais
Até que podiam cobrar direitos autorais
Pois a eles recai em parte
O completar desta obra de arte
Eu só queria silêncio
Pra poder contemplar
Em meu íntimo “essênio”
À pureza desse meu amar