ODE A VERDADE SOCIAL À INVERDADE CAPITAL

Quando vejo penumbra, vislumbro luz,

Quando vejo desilusão, vislumbro esperança,

Quando vejo a eminência do capital, vislumbro a ascendência do social.

Quando olho o horizonte, vejo o amanhecer,

Quando olho o calor escaldante, vejo a refrescância resplandecente.

Corro dos meus medos, almejo os meus anseios,

Vejo minha estória e história, empredradas na rocha,

Vejo o que ninguém vê, o que ninguém ouve,

O revoar dos pássaros, o canto dos monges,

Vejo pouca informação frente ampla desinformação,

Vejo aspirantes ao trono, submersos no porão,

As coisas que saem do lugar, e remetem a escuridão,

Os homens que envelhecem e morrem na ralé da memória e da vossa emoção,

De uma história remendada, conivente aos altos coronéis,

Da estória volumosa, exposta nos incontáveis papéis,

Colocam-nos como reféns e cegos deste nosso convés,

Presenteiam-nos como se fôssemos merecedores deste presente viés,

Alienam-nos com sua forte bruma, nos abençoam com grandes figuras,

Penduram-nos e nos carregam com suas imensas idéias,

Devolvem-nos a dignidade, quando a lhes convém,

Tiram-nos a migalha, quando não tiram, o que não tem,

Não tem-se respeito, não temos valor, não tem quem,

Quando é que vamos olhar olho a olho e ir em busca do que realmente tem,

Por que o que realmente tem, incomoda a quem tem?

Por que o meio não pode ser comum a todos os que não têm?

Por que somos engolidos e entretidos entre os que têm?

Quando vamos ser o próton ou elétron,

Do que este neutro aquém?

Vimos do interior e da comunidade,

Não de um pseudo além,

Façamos que ninguém Mariguella, Prestes e Lamarca,

Vamos desertar também,

Desertar da inverdade, que convém a quem tem,

Vamos ter a quão dignidade, mesmo sendo os que não tem,

Vamos fomentar, culminar em um país mais cem, mais além,

Oxalá, tenhamos mais coragem para sair da corrente dos quem tem,

Sejamos a diferença entre uma “igualdade” sem liberdade,

Sejamos a espada e o alvo de uma história que de fato nos tem,

Quando olho pros livros, tenho muita sede da equidade,

Da democracia do saber e do poder do povo em todo este arem,

Pois o saber é herança e fruto legítimo desta sociedade que vem,

Quando olho o hoje, queima em mim a voracidade,

Apaga em mim o covarde,

Ascende à fogueira, me dá gana, me traz felicidade,

De que quando meus olhos olharem a poeira na estante,

Que haja doravante verdade, seja esta o bom ocorrido,

Ou real calamidade,

Que o social seja a derradeira espada,

E que por ela, o capital sempre tombe em combate.

Diego Fonseca Dantas

25/01/2010

Diego Fonseca Dantas
Enviado por Diego Fonseca Dantas em 22/05/2010
Código do texto: T2273008
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