Inconveniências

Não quero ser arauto da discórdia

Nem postilhão de guerra inglória

Só mensageiro de bons presságios

Estafeta da alegria e da concórdia

Não quero ver a Pátria em estilhaços

Nem fazer vénias a troco de gorjeta

Não sou vassalo, nem lacaio

Nem moeda de troca no bolso dos ricaços

Já não suporto a lei do fazer de conta

Saber viver é o que custa nesta selva

E eu não consigo ser aquilo que não sou

Há todo um logro neste mundo que me afronta

A hipocrisia veste traje a rigor

Não bato a pala a quem me castra a liberdade

Pagam-me em pão um silêncio mutilado

Há muito que passei a ser inconveniente

Mas antes isso que chamado de otário

Fana
Enviado por Fana em 22/05/2010
Código do texto: T2272362
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