Meninos de rua
De onde vieram? não se sabe,
surgiram; apenas isso.
Vagando pelas ruas,
olhos atentos, alma inquieta,
buscam na multidão
sustento das vidas suas.
Dos seios amamentados,
dos braços acarinhados,
não sabem, esqueceram
ou talvez, nunca os tiveram.
São "produtos" espontâneos
de um mundo que os macera.
Jesus!...que destino malfazejo!...
Que pecado tão horrendo
cometeram esses meninos?
Na pureza de suas almas,
procuram se defender,
cometendo desatinos.
U'a menina suja, encardida
estende a mão suplicante:
- Dona, tenho fome, um dinheiro...
Não bastasse a sua sina
de miséria, outra criança
agarrada em seu traseiro.
Um bando de meninos
sai correndo desabalado.
No meio da confusão,
todos gritam de uma só vez;
Alguém tinha deixado
un saco de frutas no chão.
Podres ou sujas... não sabiam,
apenas o instinto falou.
Meninos de rua sofridos,
têm a calçada como leito,
o firmamento é seu teto.
Viventes de almas perdidas