A MONTANHA FAMINTA

Um rugido... Ninguém tem noção.

É o estrondar dum rojão?

Ou será que foi no quartel

Detonaram o canhão?

Afinal, soldados aquartelados

Precisam evitar invasão.

Puro engano. Destruição!!!

Uma barreira dá seu ronco de morte,

Mas parecendo um vulcão.

Sai engolindo tudo e a todos;

Qual carretel vai enrolando,

Sem fazer distinção.

Casa, móveis, animais,

Velhos, adultos, crianças...

A montanha está faminta!

Pra ela tudo é festança.

Lágrimas, gritos, gemidos...

Não lhe tocam as entranhas.

Os que sobrevivem, olham assustados,

Sem palavras, contemplam um quadro.

Não há lágrimas que bastem,

Permanecem desorientados.

Abaixando-se dentro do putrefato,

Engolem a dor... E juntam os cacos.

Resposta de um cidadão

Que olhava tudo desolado:

“O trabalho de vinte anos

Em segundos apagados.

Cruzar os braços jamais!

Não sou um derrotado..."

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 18/05/2010
Código do texto: T2264694
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