MENINOS DE RUA

Jogado nas calçadas imundas
Perdidos, Sem destino, estáticos, calados!
Esperando que alguém lhe estenda a mão
E lhe dê apenas um trocado

Feridas abertas, expostas a luz do dia
Mãos para o céu, esperando um milagre e pronto!
Mas o que sobra no final do dia
Não dá nem pra pagar o santo

A fome que rasga o estômago
A dor atirada na parede do peito
Solidão, revolta, alma sangrando...
Infância roubada, o desespero e o medo.

Em meio a multidão, um solitário
Um estranho aos olhos da burguesia
Muitas vezes, um bandido, um otário...
Que nunca tira a fantasia

Sua cama é uma folha de jornal
Coincidência? Estranho?- Fala sério
No mesmo jornal que ele dorme
Um animal escreveu-Fome zero!

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