Consciência Negra

É preciso consciência moral,

Para distinguir o bem do mal,

Buscar sempre a igualdade,

Com ciência, conhecimento da verdade,

Examiná-la com atenção,

Ter liberdade de ação,

Buscar em algum lugar da memória,

Um pouco de nossa triste história,

E a consciência da necessidade

De, resgatarmos nossa identidade

Pois, somos negros, etnia e não só cor

Brancos, negros, mamelucos,...todos o mesmo valor.

Não esqueçamos,do sangue derramado

Por nossos irmãos, um dia no passado,

Da África, que agoniza no abandono e crueldade,

E ouçam a voz de Zumbi que, ainda clama liberdade!

Abaixo, interação, poética por Fernando A Freire/ certa vez!

Obrigada poetaaaa pelo Show poético!

Abração/Dorinha Araújo

Tenho mais ou menos a cor de Antônio Gonçalves Dias, cujo pai, português, casou-se com uma cafuza. Minha mãe é branca e meu pai cafuzo. Logo, sou descendente de branco, índio e negro. Miscigenação que me orgulha. Represento os colonizadores, os colonizados e os sacrificados. E ainda recordo versos do primeiro poema decorado - Canção do Exílio: Minha terra tem palmeiras,/ onde canta o sabiá... / ...Nosso céu tem mais estrelas / Nossas várzeas têm mais flores, / Nossos bosques têm mais vida, / Nossa vida mais amores... /// E vê o que nos conta a história sofredora dessas vidas e desses amores: o índio doou suas terras; o negro doou seus suores; o branco doou suas religiões e seus grilhões. E, o que é mais importante, depois de tanta catequese e tantos sermões, descobriram que os índios, de há muito, já se amavam uns aos outros. Também os negros, pra enganar os feitores, simulavam danças em torno da imágem da Virgem da Conceição. Com isso, as chicotadas se abrandam. Tanto lhes agradou, esse abrandamento, que o culto continuou. A Senhora da Conceição, para eles, ao longo do tempo, tornou-se Iemanjá (uma homenagem a Yemoja - um orixá africano). Os negros, talvez pelo sofrimento igual, também deram provas, em suas senzalas, de que se amavam uns aos outros, não por imposição religiosa. Um amor bem mais sagrado. /// Amei o teu poema. Amemo-nos, pois, uns aos outros.

Dorinha Araújo
Enviado por Dorinha Araújo em 16/05/2010
Reeditado em 27/02/2018
Código do texto: T2260661
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