Meu (Nosso) Tempo é Desespero

Acontece como aconteceu aos loucos

Gritos para que o som ocultasse a dor

Pára de fingir que tudo vai parar

Os ossos continuam a crescer

Rasgando a pele, mudando o corpo

Até frente os outros, animais, preciso mudar

Pegar com unhas crescentes e sujas

Todo excesso de outra pele

Pêlos, pele e sangue

Respiração, asco e vida

Postura social pedida

Aquela velha sempre polida

Velha moral desrespeitosa à diferença

Usar tudo como objeto

É descartável

É nosso modismo

Nunca reciclável

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 15/05/2010
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