Meu (Nosso) Tempo é Desespero
Acontece como aconteceu aos loucos
Gritos para que o som ocultasse a dor
Pára de fingir que tudo vai parar
Os ossos continuam a crescer
Rasgando a pele, mudando o corpo
Até frente os outros, animais, preciso mudar
Pegar com unhas crescentes e sujas
Todo excesso de outra pele
Pêlos, pele e sangue
Respiração, asco e vida
Postura social pedida
Aquela velha sempre polida
Velha moral desrespeitosa à diferença
Usar tudo como objeto
É descartável
É nosso modismo
Nunca reciclável