INVISÍVEIS
Passou por ela,
Não a viu,
Era só uma pedinte.
Passou por ele,
Não o percebeu,
Era só alguém de uniforme.
Passou pelo idoso
E nele reparou, afinal,
O “velho” o atrasou.
Passou pelo deficiente,
Azar o dele ter nascido
Portador de necessidades especiais.
Passou pelo menino pobre
Apalpou a carteira sem pensar
“Trombadinha, esse não vai me pegar”.
Passou por medos, por lágrimas,
Por problemas, por saudades,
Por angústias, por doenças,
Por esperanças e solidões.
E não percebeu
Que eram almas
Em cujo peito
Batem corações...
Eles vivem, eles existem
Não são invisíveis
Para os que já sabem
Que todos somos irmãos.