Quefazeres
Fardo desmedido.
Carga desvalida.
Suor à base de açoite,
aquemeneres:
Ande.
Mais rápido.
Nesse instante, ignaro.
Tudo é mandatório,
nada é prioritário.
Nessa desordem, emporisso,
caço o mínimo:
coordenar os pensamentos
para gozar de tudo um pouco,
uma vez que a vida e uma,
mas, ser vivida, para nem tantos.
Rebelar-me?
Careço de pão.
Conformar-me?
Perco o chão.
Arrepelar-me?
Não, não, não.
Oh, rebuliço!
Há outra saída
que não seja abdicar
dessa tão querida e ambígua lida,
visto que também é bandida?
Não admito a submissão
como prenúncio de transformação.
Nascemos para a liberdade.
Omissos, demissos, permissos...
São como crissos:
produtores de húmus para os crassos
chacinarem todas as rosas
e, enfim,
apresarem a primavera inteira.
Pensemos, pois, nisso?