A CANALHA
O estranho ouvido colado à parede,
Náuseas mofadas,
Cheiro de éter nas cortinas.
Um cachorro de porcelana,
Pintado com as cores do meu país,
Late incessante sobre o móvel.
Água verde,cafespirina,
Meus poemas na latrina
E uma luz fraca .
Preciso de um trapo de paisagem,
Uma caixa de azeitonas verdes
E esparadrapos.
Preciso realizar a obra,
Salvar débeis políticos
De suas vidas estipuladas.
Alguém que me traga a chave,
Que me diga o que não preciso
Nem ouvir e nem conter.
Neste dia estarei próximo
De pessoas saudáveis
Que não posso traduzir.