Estátuas sem Pedestais
São como navalhas...
As gotas frias de chuva
Como lâminas diagonais...
Cortam a face da noite
Expõem sangue, carnes e ais...
Nas avenidas largas e cruas
Envoltas em trapos de panos...
Desfilam sob luzes neon
Estátuas gélidas semi-nuas...
Destituidas dos seus pedestais
Cambaleantes, pendem...
Fragmentam-se no meio das ruas