Versos a um Drogado

Membros encolhidos e olhos vidrados,

Com grossas rachaduras vermelhas...

No escuro é iluminado pelas centelhas

Dos cigarros nos dedos apertados.

Na sua fulva alegria hipócrita,

Debocha de tudo e do vento rir,

Para si mesmo consegue mentir

Sobre sua condição inóspita.

Tem como casa o chão e uns trapos,

Coaxa baforadas para a platéia de sapos,

Vendo cores pulsantes em tons depressivos.

Da realidade tem sua rota de fuga,

O nirvana artificial da fumaça aluga

Para substituir os anseios afetivos.

Marcos Paulo Silva
Enviado por Marcos Paulo Silva em 09/05/2010
Código do texto: T2247067
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