População de Rua
Lixo-humano, fedido ,
Pelos cantos rolam,
Tapetes vivos, encardidos,
Forrando o chão da cidade.
São muitos, milhares.
Estrêlas se apagando
Num céu cego sem manhã.
Na boca, a baba elástica,
Nos olhos, duas pôças baças.
Mãos trêmulas tentando beber
Da vida a morte plácida!