Eu e a xepa

O mercado fechou

A alegria começou

o latão já está do lado de fora

A minha alegria começa agora.

Vou garimpar!

Tem legumes, frutas e verduras.

Hoje lá em casa não vai faltar.

É só escolher.

Eu fico feliz quando vejo este latão

E nesta noite tem até pão.

Vou aproveitar!

È uma forma de sobreviver

E não deixar nada faltar.

Eu finjo não perceber os olhares de transeuntes

São olhares assustados,

Penosos, preconceituosos e até penosos.

Estes são os olhares de pessoas

Que tem outro jeito de viver

E quando me olham

Parecem não entender.

Eu continuo aqui junto ao meu latão.

Faço a minha refeição,

Eu olho para o céu,

Vejo o quanto a lua é bonita,

Vou para a minha casa feliz e levo a bolsa cheia de comida.

Muitas pessoas sobrevivem deste garimpo.

Todos nós somos seres humanos,

Uma oportunidade esperamos,

Estes alimentos garimpamos diante de olhares estranhos.

Quem poderá dizer: Deste lixo eu nunca vou precisar comer.

É triste ver um País tão bonito, com tantas belezas naturais, passar por descaso e carecer de inumeras coisas, por descaso de um poder que se entitula público.

Débora Moreno

Debora Moreno Contadora de histórias
Enviado por Debora Moreno Contadora de histórias em 29/04/2010
Reeditado em 20/11/2012
Código do texto: T2227693
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