Contesto a peçonha

Renego-a na alma



Descubro a tempo o jogo

Do lobo com ar de cordeiro



As ovelhas expõem-se na ara ainda



Mas não alucinadas, que abunda

Tanta agonia por quem não alcança



Sequer a pena de uma asa

A escama de uma borboleta



Deus concedeu-nos no imo

O excelso dom da poesia



Para lançarmos no espaço



O grito de alerta

A amizade e a ternura



Flamante bandeira que ondeia

No céu e no mar verde esperança!



Lisboa, 6/6/2004