O Livro é Humano

Tudo que carrega sente

Como as penas da gente

Dores, prazeres, até a solidão

Da estante, gaveta ou balcão

Não obstante abarrotados

De outros livros abandonados

Como nós em meio à multidão

É que esses pobres coitados

Precisam de beijos e datilotoques

Precisam crus ser “comidos”

Com glacês-enfoques e todos sentidos

Gostam de circular, de andar

De olhos em olhos, de mão em mão,

Prostitutos e masturbatórios que são

No vaso, na cama, da imaginação.

No primeiro ato eles nos localizam

Em nossos lugares e ignorantizam,

Depois aprisionam, apaixonam

E a consciência corrigem, “acertam”

E por fim nos dão gozo e libertam!

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 22/04/2010
Reeditado em 22/04/2010
Código do texto: T2213267
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