O Livro é Humano
Tudo que carrega sente
Como as penas da gente
Dores, prazeres, até a solidão
Da estante, gaveta ou balcão
Não obstante abarrotados
De outros livros abandonados
Como nós em meio à multidão
É que esses pobres coitados
Precisam de beijos e datilotoques
Precisam crus ser “comidos”
Com glacês-enfoques e todos sentidos
Gostam de circular, de andar
De olhos em olhos, de mão em mão,
Prostitutos e masturbatórios que são
No vaso, na cama, da imaginação.
No primeiro ato eles nos localizam
Em nossos lugares e ignorantizam,
Depois aprisionam, apaixonam
E a consciência corrigem, “acertam”
E por fim nos dão gozo e libertam!