Armagedon

Velhos desastres apocalipticos,

mortos e paralíticos

são os novos políticos.

É chegado o Armagedon.

Assim falou Zaratustra:

feras, ao ataque!

Destrocem o Homem-Deus de araque.

Bate à porta o Bíblico fim.

Profecias de Nostradamus,

cá estamos.

Dos Maias, dos Astecas,

dos pais de santos e

dos Toltecas

reverbera o vaticinio

que precede o morticinio.

Fim de "La Nave", Fellini,

da "Serenata", Paganini.

São chegados os passamentos.

Reinam as fúrias dos elementos.

Raios partem de Zeus

e o Hades transborda de cananeus.

Que outra espécie

estudará os fósseis

que seremos?

Acharão nossa obras,

nossas indecentes sobras?

Quiçá nao se deem ao trabalho,

pois nada vale o coringa desse baralho.

É provavel que nosso Futuro,

renegue o seu Passado obscuro.

Lanhos esperamos o matadouro.

Certos do inevitável desdouro

e vexados pelo pouco que se fez.

Quem sabe, na próxima vez ...

Agora, Ines é morta

e a Natura nos deporta.