Imortais

Agora, a mulher de rosto distorcido

é um retrato do que talvez tenha sido.

Somos todos, quadros envelhecidos

dos velhos tempos idos.

E no entanto, fazem poesia.

Talvez a possível alforria,

do horrendo cativeiro

de ser do corpo prisioneiro.

Nesse quase museu de cera

tomo assento na última fileira.

Vejo-lhes e os escuto.

Sou eu, em estado bruto.

Temos mais Passado que Futuro.

Temente, procuro

galgar o muro;

e afastar o dia escuro.