Aquele Abraço

Nos descaminhos humanos;

Entre uma lata de lixo e um rato;

Há mãos trêmulas, insanas;

Buscam com frenesi insensato.

Percorro a vida a cada relance;

Sentindo o mundo e seus pormenores;

Ora sou reflexo, loucura alucinante;

Em meio a carros e outdoors.

Quem é este corpo andante?

Encantado com o luar além da fumaça?

Não desiste da existência e como amante:

Põe-se a sonhar em estado de graça.

Sobressalto-me! Olhe professora, ela chora!

Como farei a vacina?

Aqueles braços magros como que imploram;

Só farei se me abraçares, bem apertado, ta tia?

E aquele carinho pegou-me de tal jeito;

Leve, solto, já seu sorriso faceiro;

Com um balão colorido em seus dedos ligeiros;

Buscaram em meu peito um abrigo verdadeiro.

Nessas horas esqueço de qualquer degradação;

Passo a acreditar que o amor ainda é possível;

Choro, por que além das migalhas de pão;

Há um destino que nos espera, inverossímil.

ACCO

Foca
Enviado por Foca em 16/04/2010
Código do texto: T2200727