Adolescente

Eu quis abençoar, não fui suficiente.

Perdi meu tempo no tempo de um projétil.

Vi o sangue que tingiu de dor a residência.

Haja visto que caos não tem bairro e, caixa de sapato é casa de gente.

Aquilo pareceu descida para o inferno.

Não consegui ver o olho, lamuriado.

Quis chorar, lembrei lugares, no fim, no fim... foi mais um sem nome nas listas dos pais.

São tantas e tristes.

Crianças que não tingem o timbre dos papeis do governo.

Implorando que não matem outros, vi mães testemunhando com almas.

Pediam milagres.

Suplicavam respostas.

Onde jogaram as crianças?

Quem endureceu o céu?

Porque tentam matar a Deus?

Quem ceifou o nono mês?

Quem negou a infância.

Nuca o tempo dará aquela mãe, a resposta.

Ailton dos Santos SP
Enviado por Ailton dos Santos SP em 15/04/2010
Reeditado em 15/04/2010
Código do texto: T2197894