Contornando...
Contornando...
A beira da estrada emburacada,
A beira do rio poluído
Sigo em frente
Contornando
A beira do lixo
A beira da fome
Alimento-me do nada ter
Contornando...
A beira do olhar pedinte
A beira do grito perdido
Ouço e vejo sem graça
Contornando...
A beira da violência
A beira da irracionalidade
Meus braços e pernas enfraquecem
Morro aos poucos pelo outro, no meio...
Sinto suas dores, sem poder me abater
Faço apenas o que posso fazer
Pouco, pouquíssimo, impotente
Consciente, revolta "invisível"
Sempre haverá tanta diferença?
Tento contornar também essa crença...