o estandarte
morte, mortes, mortes
três vezes pra firmar
pra afirmar que elas acontecem
aos montes, cada vez mais
a empresária morre em Cancun
aparentemente assassinada pelo marido
coisa hoje mais do que comum
sendo a recíproca também verdadeira
crianças são mortas pelos pais
(vide a bela Isabela)
filhos matam seus pais
e avós e primos e irmãos
de mortes uma constelação
que a proliferação de igrejas
evangélicas e de todos os tipos
não consegue evitar
na católica a pedofilia
só nos faz pensar
em mais crimes de mortes
de modo a ocultar
possíveis escândalos
insensatos, insanos vândalos
da utopia comportamental
é só isso o que somos?
não, somos também responsáveis
por uma produção intelectual
cada vez mais sofisticada
e por computadores cada vez menores
a admirável nanotecnologia
do admirável mundo pós-novo
que se foda o povo
estamos acima de qualquer teoria
com fulcro hipocritamente emocional
na verdade, não será a morte
o resultado também de muita emoção?
Rio, 12/04/2010