TRISTE ROTINA

O relógio na parede marca as horas e observa silencioso,

o encontro dos camponeses à mesa,

depois de um dia exaustivo de trabalho, a rotina continua,

a vida prossegue sem a esperança de um futuro mais digno...

O cômodo rústico revela as poucas posses, poucos direitos.

As roupas escuras e gastas pelo constante uso, se completam

com as mãos grandes, ideais para trabalhar a terra...

Olhares sem brilho, revelando tristeza e conformismo.

Cada personagem perdido em seu próprio mundo: como se

seus destinos estivessem traçados muito antes de nascerem.

Olhares sem brilho, refletindo almas sem vida, sem cores,

faltando-lhes vontade e coragem de mudar.

Liberdade, alegria, dignidade para os trabalhadores da terra,

só em sonhos...

12/05/2008

* Poesia inspirada no quadro “Os Comedores de Batata”,

do genial Van Gogh (1885).