Cinzas & Diamantes

Busque uma amante na favela, poeta

Para escrever um poema

Sem pedras no meio do caminho

Como chegarás à palavra rima?

Saia da saia justa

Da conspiração calada

Da intimidade que paralisa

Romântica, realista, pós-moderna

Descalce o sapato alto

Chegue-se ao inusitado que intimida

Aos favos incertos

Nas coxas abertas do anjo barroco

Vinco comezinho do hiato

Da obscenidade domada

Vá até a Via-Láctea da garota ao lado

Aproxima-te do mundo indomado

Pela ausência

Busque a amante entre as Flores do Mal

Elas brotam em todos os lugares

E em lugar nenhum

Se não estiveres lá

De que forma arderá

A chama do chacra da kundaline?

Alucina-te na carne da influência ímpar

Arde no tesão de teu canto

Ele passou, e nem te deste por isto

Que és fogo e cinzas

Eternamente aqui

Como neste poema sujo

Eleva-te em vôo imortal enquanto dure

Fênix, veste a calça de nuvens

Alcança a lucidez de Saussure

Corre sem ferraduras

Cavaleiro de Pégaso.

Pelos prados ao Norte do Aquário

Ao Sul de Andrômeda & Cisne

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 03/04/2010
Reeditado em 03/04/2010
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