SOCIEDADE MORTA

I

Tráfico de almas

Mora ao meu lado,

Sofrida e triste.

Subindo o morro.

[Bem pertinho.

Mora a uma casa acima,

casa bem feia, cheia e

[complexa.

Estrutura de corpos que sangram

E se deliciam da rubra lastima

Das mães dos desvairados e desavisados

Soldados do nada,desvalidos.

No trono da morte,

Um rei herói (médico e monstro)...

Um corvo que

Estripa meus sonhos.

Caminho com os olhos

Para os meus sapatos,

Para ter com meu mundo.

São pretos e brilhantes,

os sapatos. Como Brilham!

Onde vivo,

Não é mais um globo

Garço e suntuoso.

Agora mudaste a roupa,

É preta,mas brilha

Um brilho no olhar,brilho

verde com quatro folhagens.

[Tênuo e fatigado brilho!

As retinas que pesam

O corpo que desfalece,

tenho o verde diante dos olhos,

Mas não te espero certeiro

Na esquina de minha rua.

Não há certezas,há vidas nuas

[Expostas ao relento!

Vidas desvalijadas pelo trono

Do rei corvo.

Efêmeras vidas,

Fêmeas da vida,

Ferro que fere na

Face feia e sofrida

da meretriz.

II

Morte efêmera

Jogam a doçura

Pela grade da janela.

O corpo é frágil

A sociedade é morta

Pelo terror.

Silêncio nas ruas,

surto de violência.

Isto não é mais

Um filme barato.

Sopro curto de vida

Olhos assustados

Debaixo da janela.

-Não aceito,porque

Findou-se em covardia

seu sorriso?

Assim como tantas fontes,

Secastes. É só lembranças

Agora aos teus pais!

Talvez lembrança feliz

Pela tua morte.

Só restas a lamúria

Do ventre?

Digo te que não.

Há debaixo de sua janela

Legiões de guerreiros tristes

Para tê-lo-á justiça!

III

Justiça

Ó senhor dos enfermos,

Clamo a tua misericórdia

A aquela pagã!

Foi feita justiça

A júri popular,

Mas sua vida é mais vazia

Agora.

A alma infantil que sobe

Aos céus,

Abandona o corpo pequeno

Que se afoga na lamúria materna.

Criança desfalecida em matéria

E imortalizada na justiça

Popular.

-ó minha criança,minha

filha! como não te amar?

Bruno Lima
Enviado por Bruno Lima em 02/04/2010
Código do texto: T2173043
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