Sombras do amanhã

Tenho medo, muito medo sim,
e o que a lucidez me permite ter,
me mantém com receio do fim,
de num breve vacilo com a loucura morrer!

São tantos sorrisos cobertos de cinzas,
rindo da vida, tão triste e vulgar,
tem gosto de enxofre as quentes brisas,
em ruas estranhas, de fome, de ar!

Quem sabe fundir-me ofegante e só,
ao caos terreno do mundo moderno,
ser o fac-símile do homem e do pó,
o traço perfeito do cibernético eterno!

Tenho medo, muito medo do fim,
não da figura do homem ou da dor,
estes ainda planto em meu jardim,
sob as cinzas do tempo e do amor!

Eu tenho medo do que há por vir,
do caos gerado neste caminhar,
não é o medo de jamais sorrir,
pois o louco ri, jazendo ao luar!

xxeasxx

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 01/04/2010
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T2171781
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