O Longo Inverno do Homem Invisível…
Destruíram-lhe a sua cidade
Corromperam-lhe os ideais
Lançaram-lhe fogo ao planeta
Fizeram-lhe coisas de uma irrisão tal
Que dificilmente se percebe esta sanha
Este sede inaudita de destruição…
Fizeram da sua realidade um apocalipse
Colocaram-lhe um lembrete ao peito
Marca de infâmia
Sobre a sua diferença
Cuspiram-lhe na cara
Laceraram a carne
Disseram-lhe que era abjecta
A sua presença...
Quando queria paz
Lançaram-lhe os cães de guerra
No que restava do seu lar
Até quase nada
Nada de nada
Daquilo que ele era
Ou representava
Restar…
Mas não ousaram dizer-lhe para desistir
Porque ele
Para recantos da mente
Onde ninguém chega
Decidiu prosseguir
Porque ele manteve
Numa parte secreta e impenetrável
Dentro de si
Segredos tais
Maravilhas de espantar
Quem por bem
A ele quisesse chegar
E manteve o sorriso
A alma limpa
De quem dobra
Mas não quebra
De quem nunca irá quebrar
Respirando
O ar
Daquelas pessoas
Que do nada
Constroem uma vida
Edificam um Império
De sonhos
E esse
É o seu sagrado
E inalcançável mistério…