Mulher Cantaram o doce de teus olhos, Mas não viram as lágrimas Que escorriam das eras de escravidão Louvaram teu meigo sorriso, Mas não enxergaram as máscaras Que encobriam os longos tempos humilhação Enalteceram e beberam de teu corpo Mas não mostraram as cicatrizes Dos séculos de dor e mutilação E te fizestes guerreira E das espadas afiadas retiras o mel E os precipícios te levam ao céu E te tornastes forte Da força guardada dos séculos sofridos De violência e opressão E te transformastes em bruxa Nos ritos de sangue, de parto e de dor Nos mágicos sonhos, de canto e amor Nas noites macabras de perseguição És canto de um canto qualquer És luz, força, fonte e vida És simplesmente mulher |