Quando o Domingo Gritou
O sol nasce preguiçoso no domingo,
E o cubo carcerário televisivo,
Prende uma velha geração decaída
E degenera uma nova que não enxerga,
À sua frente, a única saída:
A Arte.
Estandarte dos loucos aplaudidos
E mãe dos protestos coloridos.
Mas, cada vez mais, os livros,
Vão sendo esquecidos
E trocados por uma hora a mais
De alguns programas boçais;
Enquanto nossas crianças,
Coitadas, ao invés de educadas,
Seguem sendo adestradas,
Como os seus râmsters de estimação
Correndo parados em suas gaiolas;
O meu olho vermelho e míope,
Tem asco a este sistema medíocre,
E há vezes que até o delírio
Não funciona mais como colírio,
Mas o que mais me faz perder
O ritmo do meu estribilho,
É que vem chegando segunda-feira,
E como sempre, vamos acordar
E nos conformar em vestir a mesma estribeira...