Uma história para não ser contada
Se com fórceps do ventre arrancado
Da pátria mãe para torpe turismo
Preso aos remos, do amor alijado
Entre você e seu sonho um abismo
Com outros duzentos divide a cama
o quadro nas costas, são vis cicatrizes
com a foice se vinga, derruba a cana
e a donzela da senzala, fizeram meretriz
veio da África, tingindo outro sangue
a cor do mestiço, registrou o Brasil
marcando a cana, ou planta do mangue
tão jovem sacrificado, o precoce senil
foram homens fazendo isto com homens
parteiros, davam trevas a navios negreiros
deviam ter se perdido em todas viagens
salvando-se apenas, quem em cativeiro
tantas estrelas, ornam a nossa flâmula
todas assistiram a covarde exploração
nas grades, grilhões em mãos trêmulas
ainda é tempo, que peçam perdão