MENINOS DE RUA

Farrapos,

Trapos humanos,

No olhar vadio

A marca da fome.

No lábio dilacerado pelo tempo,

A inocência do riso infantil.

De mãos abertas ao vento,

Vagueia pelas ruas do nosso país

Um exército de crianças.

Quase desnudas,

Sem colo materno.

Fiapo de gente miúda

Em busca de alimentos,

No berço da vida.

Sem destino…

Sai na procura de abrigo em noite fria,

Para depois acordar chorando

Mendigando um sorriso.

Porque criança não tem culpa

E não entende o mundo dos homens.