A Vida do Outro
Paro o carro no sinal; trânsito lento
Ouço música no rádio,sinto um alento;
Alguém se aproxima a mendingar;
Eis a questão, o vidro abaixar?
Imagino a vida do moleque;
Qual o seu itinerário?
Nesse momento queria ser rico;
Quase quase milionário;
Isso então me dói no peito;
Vendo o rosto do sujeito;
Penso então quando eu crescer;
Como será que vai ser?
Ora pois eu já cresci;
E agora estou aqui;
Tio me da um real?
Se for moeda ou papel não faz mal;
Novamente bate no vidro;
Na carteira procuro uns trocados;
Com a nota ele sai correndo;
Um esboço de sorrisso amarelado;
O som de uma buzina me desperta;
Volto ao meu mundo real;
No meio do trânsito o moleque some;
Vou me embora, abriu o sinal.
Dedè Olivera.