A Vida do Outro

Paro o carro no sinal; trânsito lento

Ouço música no rádio,sinto um alento;

Alguém se aproxima a mendingar;

Eis a questão, o vidro abaixar?

Imagino a vida do moleque;

Qual o seu itinerário?

Nesse momento queria ser rico;

Quase quase milionário;

Isso então me dói no peito;

Vendo o rosto do sujeito;

Penso então quando eu crescer;

Como será que vai ser?

Ora pois eu já cresci;

E agora estou aqui;

Tio me da um real?

Se for moeda ou papel não faz mal;

Novamente bate no vidro;

Na carteira procuro uns trocados;

Com a nota ele sai correndo;

Um esboço de sorrisso amarelado;

O som de uma buzina me desperta;

Volto ao meu mundo real;

No meio do trânsito o moleque some;

Vou me embora, abriu o sinal.

Dedè Olivera.

Dedé Olivera
Enviado por Dedé Olivera em 15/03/2010
Código do texto: T2138996
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