Seu João
Foi se consultar ,
Pra sua saúde melhorar ,
O pobre aposentado ,
Na fila a madrugar foi obrigado ,
O médico mau preparado ,
Passou o medicamento errado ,
Da sua alergia ninguém o pode socorrer,
As seis e meia da noite seu João veio a falecer ,
Os parentes não o puderam enterrar ,
Nem um caixão de segunda conseguiram comprar ,
Como era época de eleição ,
Por alguns votos um político trocou por um caixão ,
Em busca da pensão a viúva correu ,
E até hoje não recebeu ,
Um salário de fome ,
Que direito não se come,
Seu joão morreu,
Uma notícia que no jornal não deu,
De sua morte ninguém ouviu ,
Pois era o filho mais pobre do Brasil.