Minha simples revolta
Quero ter o direito a crítica
se é que algum direito eu tenho
Crítica ao mundo, ao tudo
a todo mundo
Crítica ao dinheiro, e aos seus donos
Crítica à miséria, e a quem permite que ela exista
Crítica à política, que nem há o que se comentar
Criticar esse egoísmo e essa ignorância
Essa falta de olhar pra si, e do olhar o próximo
falta de olhar nos olhos
de chorar no ombro
conversar na praça
passar noite em claro
(sem droga e ainda assim curtir barato)
Não é falta de dinheiro, é falta de valor
O mundo em si, inteiro
É veículo de dor
de injustiça e sofrimento
no singular e no plural
Que vida de maldade
cruel e desigual
E sempre falta alguma coisa
pra comer
ou pra pensar
ou pra amar
ou pra estudar
ou pra ter
e querer ter mais
falta um objetivo
falta um motivo
falta a esperança
Mas safadeza não falta
que todo ser humano sabe bem o que é