PRANTO NEGRO

PRANTO NEGRO

Então, fez-se o pranto

Por entre grilhões e sob o manto

Num vago encanto

De pele escura

De sorriso claro

Olhar que fala da escravatura.

Então raiou a liberdade

Dita a todos

Sem cor e sem idade

Se formou então

Tão cruel sociedade

Assim a noite com estrelas

Trouxe a esperança

E ainda hoje excluídas

As negras crianças

Ainda o corpo desfalecido

Calejado e sofrido

Guarda em sua alma

A dor e a angustia de quem vive

...E sobrevive

até o findar da aurora.