O poder de ver
Comi a fruta do pecado,
O meu castigo não foi a minha nudez,
Mas o poder de ver.
A dor de perceber
A fome alheia,
A necessidade descomunal
Que iguala tanta gente, transtorna.
A conveniência de um
Pra quem a unidade, a falta de diferenças
É terreno fértil para o seu poder,
Mata a esperança.
O poder de ver é castigo
Que dói na alma
De quem comeu o fruto do conhecimento.