PÉS DESCALÇOS

Pelas ruas e pela vida, Lorenas e Margaridas lançam ao vil destino meninas e meninos pagãos, revoltados filhos de uma desonrosa e desatenta Nação.

Lá no morro da cortiça, bem no alto da favela que é vista da janela do teu quarto tão seguro quanto os muros que o separa da decência e do pudor, não existe mais amor, já não há mais esperança, abortam-se as crianças como um ato tão banal. Seguindo o ritual da falta informação, da fome do cidadão, da falta de moradia, das mãos e barrigas vazias dos pés descalços no chão.