O DIREITO DE SER GENTE
Caminhando na rua só,
Arrastando os pés pelo chão,
Deseja ter companhia.
Que alguém lhe pegue pelas mãos.
Talvez seja assim que se sinta,
Um pobre velho cansado.
Talvez seja assim que se sinta,
O cansado velho, coitado.
Não quer depender de ninguém,
Mas é um ser dependente.
É uma criança crescida.
É um adulto valente.
Venceu a dura realidade, que o tempo o obrigou a ter.
Não é um velho cansado,
É um homem de idade,
Que aprende enquanto viver...
Caminhando nas ruas só.
Arrastando os pés cansados no chão,
Carrega o peso da idade,
Mas carrega no peito a emoção.
E se alguém se sentir no dever,
Que lhe pegue pelas mãos.
Mas não deixe que se sinta
Um pobre velho cansado!
Nem um velho dependente!
Que ele sinta ao menos,
O direito de
Ser gente
!