POETA PRESO
Tenho uma prisão
Nenhum corpo quente
Nenhuma boca
Nem olhos de gente
Tenho grades na mão
Não escolho a toca
Ninguém olha e pouco sente
Eu tenho uma visão
Dentro de mim
O mar passa
Livre com suas ondas
Eu tenho um coração
Batendo cheio assim
De vontades profundas
Mas tenho medo e solidão
Eu vi a massa
O bolo, a multidão.
Minha fome pirraça
Triste e só comigo
Perco toda graça
Nem um olhar irmão.
Walterbrios
4/8/2006