O SILÊNCIO DA ÁRVORE
O SILÊNCIO DA ÁRVORE
A cada golpe desferido um silencioso gemido
A cada galho tombado um mortal silêncio abafado
A cada árvore cortada um grito frio na calada
E um deserto se forma mudo num mundo surdo
Inaudível é teu pranto que chora aos cantos
Invisível é teu verde que em densa fumaça se perde
Tão formosa e bela eis que te fizeram mera.
Mas teu encanto altaneiro insistente e belo
Renasce a cada golpe do cruel pedaço de ferro
Caíste em madeiro, mas não caíste em glória.
Vê quanta malícia na tosca história
És árvore que dá a luz na terra
És sombra para bom descanso
És fruto para o alimento
És madeira para o aquecimento
Mas roubam-te as sementes
Vil serra que te degola
Roubam-te as terras
Saqueiam teu corpo
Arrancam tuas flores
E queimam-te as raízes
Para que não floresças mais.
Que fizeste de tão grave ardil, ó árvore bela
Para ter um fim tão triste assim nesta linda Terra.
Leandro Dumont
14/12/2008